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17 de junho de 2010

Bactérias e malária: uma possível ajuda no controle da doença


A malária é uma doença tipicamente tropical. Diferente da gripe suína, a malária tem altos índices de óbitos (por volta de 3 milhões de pessoas por ano no planeta). Ela é o terror das pessoas que moram próximos ou dentro de floresta. Ao entardecer, todos procuram se proteger do pequenino mosquito possivelmente infectado com um dos protozoários que podem causar a malária. Anopheles gambiae é espécie do mosquito transmissor desta doença.

Uma recetente descoberta vem iluminar esse tenebroso cenário da malária. Pesquisadores da Escola de Saúde Pública Johns Hopkins Bloomberg observaram que a presença de uma bactéria na glândula salivar do mosquito pode diminuir a sua suscetibilidade a infecção pelo Plasmodium falciparum (uma das várias espécies de protozoários de gênero Plasmodium capaz de provocar a malária). Isto se deve a resposta imune gerada pelo mosquito contra a bactéria. Essa resposta, mostrou ser efetiva também contra a infecção do protozoário no inseto. Os pesquisadores trataram alguns mosquitos com antibióticos, e observaram que estes possuíam maiores taxas de infecção pelo Plasmodium falciparum. 


Além disso, os mosquitos infectados com essa bactéria morrem mais cedo que os não infectados. Dois coelhos com uma cajadada só, pois além de ficarem menos suscetíveis a infecção pelo protozoário, o mesmo não consegue completar o ciclo de vida dentro do mosquito. Isso mesmo, o mosquito morre antes do protozoário completar seu ciclo de vida e poder infectar outras pessoas (quando o mosquito picar as futuras vítimas).

Esta é uma boa notícia para o controle desta doença, pois suas principais vítimas são crianças africanas. E, por isso, as suas taxas de mortalidade não causam tanto pânico como a famosa, e pouco fatal, gripe suína (com taxas bem inferiores a 1%). Precisamos investir em pesquisas de doenças tropicais como a dengue, por exemplo. Essas sim, matam milhões de pessoas, mas, infelizmente, matam mais pobres do que ricos.

Fonte: Eurekalert

Referência:
Dong Y, Manfredini F, Dimopoulos G (2009) Implication of the Mosquito Midgut Microbiota in the Defense against Malaria Parasites. PLoS Pathog 5(5): e1000423.doi:10.1371/journal.ppat.1000423

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