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24 de novembro de 2010

Código florestal reduz até 12 vezes absorção de CO2

Redução de florestas impediria que país cumpra metas do Acordo de Copenhague 


Se implementadas, as alterações no CFB (Código Florestal Brasileiro), propostas pelo deputado Aldo Rebelo e aprovadas em julho na Câmara dos Deputados, poderão levar, no longo prazo, a emissões de CO2 equivalentes a três vezes a produção anual desse gás-estufa no Brasil.


Isso num cenário otimista. Numa análise mais pessimista, em que os proprietários de terra suprimam totalmente a vegetação na áreas isentadas pelo novo CFB, as emissões poderiam ser 12 vezes o total anual brasileiro.
Os números são de um relatório técnico preliminar divulgado pelo Observatório do Clima, que calculou os impactos do novo CFB sobre as metas climáticas do país.
"É contraditório que um país com metas de redução de emissões aprove um código florestal que reduza a capacidade de armazenamento de CO2", diz André Ferretti, coordenador do Observatório do Clima.
O Brasil emite cerca de 2 bilhões de toneladas de CO2 por ano. Na agropecuária, que contribui com cerca de 20% do total, o compromisso assumido pelo país no Acordo de Copenhague é de reduzir as emissões em 160 milhões de toneladas até 2020.
Dentre as principais mudanças propostas pelo novo CFB estão a dispensa de reserva florestal legal para pequenas propriedades (até quatro módulos fiscais) e a redução de 30 m para 15 m da área de preservação nas margens dos córregos (rios com até 5 metros de largura).

RUÍDOS NA ACADEMIA
Chamando os biólogos que se opuseram à proposta de Aldo Rebelo de "parte ruidosa da academia", o pesquisador Luís Carlos Moraes, do Centro Universitário do Oeste Paulista, afirmou ontem na Câmara dos Deputados que, se o Código Florestal atual fosse cumprido, sobraria só 25% do território brasileiro para a agropecuária.
Moraes participou de uma audiência pública organizada pela Comissão de Agricultura da Câmara.
A SBPC e a ACB (Academia Brasileira de Ciências) afirmam que a proposta de Rebelo de reforma do código não se pautou por critérios científicos. Já Moraes diz que o Conselho Federal de Biologia aprovou o relatório e que o texto de Rebelo acatou 70% das demandas da biologia. "Tem de acatar 100%?"
Segundo ele, a aplicação da lei florestal para repor todo o deficit de reserva legal do Brasil (65 milhões de hectares) demandaria R$ 260 bilhões só em mudas -o equivalente a oito anos de arrecadação de CPMF.
"Arrumem dinheiro, que eu saio plantando árvores daqui até o Amapá", disse.

Créditos:
Folha.com
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO 
CLAUDIO ANGELO 
DE BRASÍLIA

23 de novembro de 2010

Campanha de Prevenção: Infecção Aqui Não

Olá, boa tarde.
Recebi um e-mail da organização... e estou divulgando. Confira:

......
Nós elaboramos uma lista de medidas preventivas que você, seus filhos, seus pais e familiares podem tomar antes, durante e depois da sua estadia no hospital para minimizar a exposição às Infecções associadas aos cuidados da saúde (IACS) e bactérias relacionadas, como SARM.

Handwashing helps prevent Healthcare-associated infections (HAI)  

Limpeza e higiene pessoal: :
  • Lave suas mãos. Esfregue por pelo menos 15 segundos com água morna e sabão. Use álcool-gel se você não tiver acesso a água e sabão.
  • De três a cinco dias antes de sua cirurgia, tome banhos diários com sabão contendo 4% de clorexidina, disponível em farmácias.
  • Quando já estiver no hospital: peça para a pessoa que te atender lavar as mãos antes de tocar em você – na sua presença. Exija isso tanto de médicos e enfermeiras que forem examiná-los quanto de visitantes que abracem, toquem ou ajudem você a se vestir, etc. Não tenha vergonha! Sua vida vale um segundo de constrangimento.
  • Certifique-se que a equipe médica esfregue a área da cirurgia antes do procedimento, pois bisturis e outros instrumentos cirúrgicos arrastam as bactérias da pele para a incisão.

Equipamentos:
  • Uma fonte comum de contaminação cruzada por bactérias são estetoscópios, que normalmente não são limpos após usados em cada paciente, então peça que sejam limpos – assim como qualquer outro equipamento médico – na sua presença.
  • Certifique-se de que as equipes hospitalares limpem e desinfetem todas as superfícies que você deve tocar, como grades de cama, cortinas e pias. Evite colocar comida ou utensílios nos móveis ou na cama.
  • Certifique-se que o cateter esteja adequadamente limpo quando inserido e removido e de que outro, novo e limpo, seja inserido a cada 3 ou 4 dias. Se alguma irritação aparecer na área em que for inserido, comunique a enfermagem imediatamente.
  • Monitore ataduras e drenos e avise prontamente a enfermagem se eles estiverem soltos ou molhados.
  • Evite o uso de cateteres urinários o máximo possível. Caso você precise de um, peça que seja removido de um a dois dias – o quanto antes melhor.

Exames:
  • Faça um exame para verificar a presença de Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM) pelo menos uma semana antes de ser internado. Você pode já ter SARM e não saber! É importante saber disso o quanto antes.
  • Tenha a quantidade de açúcar sob controle se você tiver diabetes.

Medicação:
  • Pergunte a seu medico sobre a administração de antibióticos antes da cirurgia. Para algumas cirurgias, você pode receber uma dosagem antes da cirurgia para prevenir uma Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC).

Estética e Conforto:
  • Se você precisa de depilação, use depiladores elétricos no dia da cirurgia em vez de lâminas, pois, com essas últimas, são maiores as chances de cortes na pele, o que aumenta a exposição às bactérias que causam infecção.
  • Peça a seu médico que lhe mantenha aquecido durante a cirurgia. Obviamente, você não irá sentir frio quando anestesiado, mas estudos provaram que procedimentos simples como manter os pacientes aquecidos diminui as chances de infecção.
  • Peça a quem estiver tossindo que use máscara ou que fique pelo menos dois metros longe de você, a fim de que você não pegue uma infecção transmitida pelo ar.
  • Embora visitas possam animar você, se familiares e amigos não estiverem se sentindo bem, peça a eles que esperem para visitá-lo quando estiverem melhor. Converse com eles por telefone enquanto se recupera.

20 de novembro de 2010

Gato usa sua língua como tentáculo, diz estudo



Felinos se aproveitam de inércia e gravidade para "fisgar" os líquidos 

Pesquisa feita nos EUA pode inspirar robôs flexíveis e indica que bichanos bebem com sutileza insuspeita 
 


Os fãs de gatos têm mais um motivo para admirar os bichanos. Quatro pesquisadores nos EUA demonstraram que os felinos usam com habilidade duas propriedades físicas, a inércia e a gravidade, quando bebem a água ou o leite do seu pratinho.
"É uma curiosidade científica, não é para aplicação imediata", diz o físico português Pedro Miguel Reis, do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Mas, no futuro, a descoberta poderá ter uma aplicação na área de robótica flexível.
Quando alguém pensa em robô, pensa logo em alavancas, porcas e parafusos. A robótica flexível busca construir robôs mais maleáveis. Para isso, ela busca inspiração na natureza. "É o caso dos braços dos polvos, da tromba do elefante", diz Reis. E, agora, da língua do gato.
O estudo, publicado na revista "Science", usa imagens de alta velocidade para flagrar as forças por trás da língua do gato bebendo água.
A equipe notou que a língua toca muito de leve a superfície do líquido; quando o gato a levanta rapidamente, a água vai junto em uma coluna líquida, que aumenta pela inércia. O gato, então, fecha a boca antes de a gravidade fazer a coluna descer.
A ideia do estudo partiu de um dos autores, Roman Sto-cker, quando observava seu gato de oito anos, Cutta Cutta, bebendo água.
Os pesquisadores foram então observar seus gatos -dos outros dois autores do estudo, Sunghwan Jung e Jeffrey M. Aristoff, apenas o segundo pesquisador é proprietário de felinos.
"Gatos são mais espertos do que muitas pessoas pensam, pelo menos quando se trata de hidrodinâmica", declarou o matemático Aristoff.

Fonte.: Folha.com

8 de novembro de 2010

Uma semana de antibiótico pode enfraquecer as defesas do corpo por até dois anos

Tomar antibiótico por uma semana pode prejudicar as defesas do organismo por até dois anos, segundo estudo feito pelo Instituto Sueco para Controle de Doenças Infecciosas e publicado na revista "Microbiology".

Flora intestinal é o nome dado às bactérias que vivem na parede do intestino. Lá existem centenas de espécies de micro-organismos, protetores ou nocivos à saúde, que convivem em equilíbrio.
As bactérias "boas" têm funções metabólicas, como ajudar no funcionamento do intestino, na absorção de gordura e vitamina B12 e na produção de ácido fólico.
"A função mais importante é controlar bactérias desfavoráveis. Sem elas, nós viveríamos constantemente com infecções", diz Ricardo Barbuti, médico endocrinologista da Federação Brasileira de Gastroenterologia.
Segundo o especialista, há muito se sabe que os antibióticos têm efeito na flora intestinal. O que o estudo recém-publicado mostra é que essas alterações duram muito mais tempo do que se pensava.
"Além de causar um desequilíbrio passageiro, o remédio também seleciona bactérias resistentes. Agora sabemos que essa resistência pode durar mais tempo", explica André Zonetti de Arruda Leite, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas de São Paulo.

   

CONSEQUÊNCIAS

Diarreias, disfunção intestinal e inflamações (colites) são as consequências mais comuns do desequilíbrio da flora intestinal. Tanto faz se o uso do antibiótico é feito de forma correta ou incorreta -por mais ou menos tempo do que o necessário.
"O medicamento deve ser usado só quando o benefício compensa o risco e não há outra alternativa", diz Barbuti. Gripes, resfriados ou dores de cabeça não devem ser tratados com antibiótico.

Fonte.: FolhaOnline

Tweets apagados?

Não sei se está acontecendo com todos os usuários. Mais uma coisa é certa, estão apagando os tweest dos usuários no twitter.

Veja na imagem que estou com 9 tweets. rs Até quando eu olhava isso (rsrsrs) creio que tinha uns 1800.


O que aconteceu? uma falha?? Não sei... vamos aguardar as próxima hora p/ ver no que vai dar. Fiz uma pesquisa rápida na internet não vi nada sobre o assunto.

A verdade é que não ganho nada com isso.. ou sem isso... rsrs
Mas fica o registro.

De qualquer forma, fatos como esse deixar à tona uma questão: A confiabilidade. Por exemplo: imagine o seu provedor apagar todos seus e-mail´s - como fica?

7 de novembro de 2010

Matas ciliares: Por que o código florestal que tramita no congresso não pode ser aprovado



A proposta de código florestal entregue ao congresso sugere a redução nas áreas vegetadas às margens de rios com menos de 5 m de largura. A redução das matas ciliares legalmente protegidas será de 30 m a partir da margem do rio na cheia para 15 m a partir da margem do rio na seca para cada lado. Os rios mais afetados por esta mudança seriam os de cabeceira, rios já muito degradados por pastagens e assoreamento.


Metade das espécies de anfíbios da Mata Atlântica são restritas a este ambiente, 45 espécies de peixes ameaçados de São Paulo só ocorrem nestes riachos de cabeceira, sem falar em borboletas, mamíferos semi-aquáticos e plantas restritos a este ambiente. As matas ciliares servem de corredores para a dispersão de vegetais e conexão de populações isoladas pela fragmentação da paisagem, impactos em áreas de cabeceira descem os rios com a correnteza afetando-os como um todo. Impactos aí podem resultar em epidemias de dengue e hantavirose, entre outras doenças.
A preservação das matas ciliares e seu referencial a partir da margem do rio na cheia são essenciais para a manutenção destes ambientes e de outros que dele dependem. Em vez de reduzir a área de reserva às margens dos rios o novo código florestal deveria estimular sua recuperação.
Como é:
O Código Florestal (Lei n.° 4.777/65) desde 1965 inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente (APP). Assim toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios deve ser preservada. De acordo com o artigo 2° desta lei, a largura da faixa de mata ciliar a ser preservada está relacionada com a largura do curso d'água. A tabela apresenta as dimensões das faixas de mata ciliar em relação à largura dos rios, lagos, etc.

Largura Mínima da Faixa
Situação
30 m em cada margemRios  com menos de 10 m de largura
50 m em cada margemRios  com 10 a 50 m de largura
100 m em cada margemRios  com 50 a 200 m de largura
200 m em cada margemRios  com 200 a 600 m de largura
500 m em cada margemRios  com largura superior a 600 m
Raio de 50 mNascentes
30 m ao redor do espelho d'águaLagos ou resevatórios em áreas urbanas
50 m ao redor do espelho d'águaLagos ou reservatórios em zona rural, com área menor que 20 ha
100 m ao redor do espelho d'águaLagos ou reservatórios em zona rural, com área igual ou superior a 20 ha
100 m ao redor do espelho d'águaRepresas de hidrelétricas



Fonte.: 
blog Ciência á Bessa http://twixar.com/Qljq
Mata Ciliar http://twixar.com/CGBAQ
Código Florestal Brasileiro: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm

"RADIAÇÃO EMITIDA PELOS APARELHOS É UMA "BOMBA-RELÓGIO"

QUEM NUNCA OUVIU ALGO SOBRE ISSO... 
_____
Vamos esperar os cadáveres para agir contra o celular? É O QUESTIONAMENTO DA PESQUISADORA AMERICANA QUE ENCABEÇA MOVIMENTO PARA CONTROLAR O USO DOS CELULARES AFIRMA QUE RADIAÇÃO EMITIDA PELOS APARELHOS É UMA "BOMBA-RELÓGIO"


A epidemiologista Devra Davis 

A epidemiologista Devra Davis lidera uma cruzada para fazer as pessoas deixarem o celular longe de suas cabeças. Convencida de que a radiação emitida pelo aparelho lesa a saúde, ela escreveu "Disconnect" (sem edição no Brasil), cuja base são pesquisas que começam a mostrar os efeitos dessa radiação no organismo. Nesta entrevista, ela também perguntou: "Vamos esperar as mortes começarem antes de mudar a relação com o celular?".


Folha - Quais os riscos para a saúde de quem usa celular?Devra Davis - Se você segurá-lo perto da cabeça ou do corpo, há muitos riscos de danos. Todos os celulares têm alertas sobre isso. As fabricantes sabem que não é seguro. Os limites [de radiação] definidos pelo FCC [que controla as comunicações nos EUA] são excedidos se você deixa o celular no bolso.

Quais os riscos, exatamente?

O risco de câncer é muito real, e as provas disso vão se avolumar se as pessoas não mudarem a maneira como usam os telefones. Trabalhei nas pesquisas sobre fumo passivo e amianto. Fiquei horrorizada ao perceber que só tomamos atitude depois de provas incontestáveis de que danificavam a saúde.
Reconheço que não temos provas conclusivas nesse momento. Escrevi o livro na esperança de que meu status como cientista tenha peso, e as pessoas entendam que há ameaça grave à saúde e podemos fazer algo a respeito.



Mas há estudo em humanos que dê provas categóricas?

Quando você diz "provas", você quer dizer cadáveres? Você acha que só devemos agir quando já tivermos prova? Terei que discordar.
Hoje temos uma epidemia mundial de doenças ligadas ao fumo. O Brasil também tem uma epidemia de doenças relacionadas ao amianto. Só recentemente vocês agiram para controlar o amianto no Brasil, apesar de ele ainda ser usado. Ninguém vai dizer que nós esperamos o tempo certo para agir contra o tabaco ou o amianto. Estou colocando minha reputação científica em risco, dizendo: temos evidências fortes em pesquisas feitas em laboratório mostrando que essa radiação danifica células vivas.



Qual a maior evidência disso?

A radiação enfraquece o esperma. Sabemos por pesquisas com humanos. As amostras de esperma foram dividas ao meio. Uma metade foi mantida sozinha, morrendo naturalmente. A outra foi exposta a radiação de celulares e morreu três vezes mais rápido. Homens que usam celulares por quatro horas ao dia têm a metade da contagem de esperma em relação aos demais.

Crianças correm mais perigo?
O crânio das crianças é mais fino, seus cérebros estão se desenvolvendo. A radiação do celular penetra duas vezes mais. E a medula óssea de uma criança absorve dez vezes mais radiação das micro-ondas do celular. É uma bomba-relógio. A França tornou ilegal vender celular voltado às crianças. Nos EUA, temos comerciais encorajando celular para crianças. É terrível. Fico horrorizada com a tendência de as pessoas darem celulares para bebês e crianças brincarem. Sabemos que pode haver um vício no estímulo causado pela radiação de micro-ondas. Ela estimula receptores de opioides no cérebro.

Jovens usam muitos gadgets que emitem radiação.
Sim, e eles não estão a par dos alertas que vêm com esses aparelhos. Não é para manter um notebook ligado perto do corpo. As empresas colocam os avisos em letras miúdas para reduzir sua responsabilidade quando as pessoas ficarem doentes.

É possível comparar a radiação de celular à fumaça?
Sim. O tabaco é um risco maior. Mas nunca tivemos 100% da população fumando. Agora, temos 100% das pessoas usando celular. Então, ainda que o risco relativo não seja tão grande, o impacto pode ser devastador.

Nos maços de cigarro, há aquelas fotos horríveis. Esse é o caminho para o celular?
Isso é o que foi proposto no Estado do Maine (EUA). Está se formando um grande movimento para alertar as pessoas a respeito dos celulares. Isso é o que aconteceu com o fumo passivo. Vamos começar a ver limites para a maneira e os locais onde as pessoas usam celular. A maioria não sabe que, se você está tentado conversar num celular em um elevador, a radiação está rebatendo nas paredes e fica mais intensa em você e em quem estiver perto.

Além de usar fones, o que é possível fazer para prevenir?
Enviar mensagens de texto é mais seguro do que falar. Ficar com o celular nas mãos, longe do corpo, é bom, e mantê-lo desligado também.

Mas celular é um vício!
Sim. Temos que usá-lo de forma mais inteligente.


Créditos.: FolhaOnline
DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

Microalga de esgoto pode virar biodiesel

Técnica de estudante de graduação é barata e produz óleo com qualidade dos vegetais




Pode-se dizer que a tecnologia desenvolvida pelo engenheiro ambiental Aderlânio da Silva Cardoso, da Universidade Federal de Tocantins, é duplamente verde: além de desembocar num combustível renovável, ela ainda aproveita resíduos que, sem esse uso, seriam simplesmente descartados.


Quando ainda era estudante de graduação, ele conseguiu produzir biodiesel a partir de algas usadas para tratar esgoto numa estação da cidade de Palmas. Elas seriam lançadas num córrego nas proximidades.
A ideia lhe rendeu o 3º lugar numa das categorias do prêmio Jovem Cientista, um dos mais importantes do país na área, e R$ 7.000 no bolso.
As microalgas são produtoras de lipídeos (moléculas de gorduras), substâncias comumente utilizadas na obtenção de biodiesel. "Ao todo, 16% da composição dessas algas é óleo", conta.
Disso, já se sabia. Mas o processo de extração do óleo dessas algas microscópicas foi uma novidade.
Elas foram coletadas e submetidas a uma mistura de solventes orgânicos para que o seu óleo se separasse. O que resta de água é evaporado e, então, o biodiesel pode ser produzido.
O processo ficou bem mais barato do que aqueles que precisam cultivar as microalgas e necessitam de equipamentos como centrifugadoras, tanques e reatores para produzir o biodiesel.
"Há pouca literatura nacional, e a maioria das hipóteses pesquisadas teve o uso de metodologias estrangeiras para produzir biodiesel de algas", explica Cardoso.

QUALIDADE VEGETAL
Além de mais barato, e de usar aquilo que seria jogado fora, o biodiesel das microalgas é uma alternativa ao óleo vegetal. Atualmente, 80% da produção brasileira de biodiesel vêm do óleo de soja (cuja demanda é grande e cresce 3,6% ao ano).
A qualidade do óleo das algas para produção de combustível, para Cardoso, é semelhante à dos vegetais.
"Ainda é possível obter outros produtos, como o etanol, biogás e hidrogênio, a partir dessas microalgas", afirma o engenheiro ambiental. Ele seguiu com essa linha de pesquisa no mestrado.
"Meu trabalho é uma oportunidade de mostrar que na região Norte temos bons pesquisadores, professores e instituições", diz Cardoso.
O prêmio será entregue a ele e aos demais contemplados no dia 17 de novembro. Depois disso, o pesquisador espera que alguma empresa se anime a trazer sua ideia para o mercado.

Fonte.: Folha Online
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO

6 de novembro de 2010

Falha do Google pode ter contribuído para aumentar conflito na América Latina

Cada coisa que agente vê... rs
 
Diferença entre os mapas: os dados do Bing correspondem aos oficiais

O comandante do exército da Nicarágua Éden Pastora culpou o serviço de mapas do Google pela invasão a um território da Costa Rica. No Google Maps, a fronteira entre os dois países mostra uma disparidade de 3 mil metros em relação aos dados oficiais. Sendo assim, o território que deveria pertencer à Costa Rica, segundo os dados errados do Google, faz parte da Nicarágua.
Éden Pastora, baseado no que havia visto na internet, teria ordenado às tropas a avançarem para onde acreditava ser território nacional. Os soldados chegaram a trocar uma bandeira do país vizinho que estava hasteada em um acampamento próximo à fronteira por outra da Nicarágua. Além disso, ocuparam o acampamento e fizeram a limpeza de um rio próximo (San Juan), jogando os sedimentos em território costarriquenho.
O concorrente do Google Maps, o Bing Maps, mostra a fronteira considerada correta. Segundo o jornal “La Nación” da Costa Rica, os representantes do Google não conseguem explicar por que a falha ocorre.
O rio se estende por toda a fronteira entre os dois países, que cooperavam no processo de limpeza de sua margem. A confusão entre territórios vizinhos, agravada, talvez, por um erro do Google (e ingenuidade por parte das forças armadas) tem causado preocupações à presidente costarriquenha, Laura Chichila, que pediu ajuda à OEA (Organização dos Estados Americanos) para neutralizar o conflito.

Comentário:
Disse:
Como ex-militar pergunto: que #$@% de Forças Armadas são estas que confiam em um mapa da internet para determinação a progressão de suas tropas? O Exército da Nicarágua não tem um mapeamento confiável de seu próprio território? Melhor chamar os Escoteiros para comandar as Forças Armadas do país, pq estes sabem sempre o que estão fazendo. Seria cômico se não fosse trágico.

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Fonte.: http://uoltecnologia.blogosfera.uol.com.br/

2 de novembro de 2010

"KPC , Sabonetes e as Bactérias Irresistíveis"

Chegando atrasado de novo... Levei cravada dos leitores, dos colegas do Scienceblogs, da minha mãe... Vamos tentar dar uma organizada na confusão que se instalou no Twitter, na mídia e na minha casa. Vai ser meio longo, então vamos direto ao assunto.

Bom, em primeiro lugar vamos falar de antibióticos ou, mais precisamente, agentes antimicrobianos (vamos usar antibiótico, mesmo). Um antibiótico é uma substância produzida por algumas espécies de microorganismos (bactérias, fungos e actinomicetos) que suprimem o crescimento de outros microorganismos. Normalmente, estendemos a terminologia para antimicrobianos sintéticos como sulfas e quinolonas. Existem trocentos tipos de antibióticos e várias classificações já foram propostas para organizar a confusão. Todas têm imprecisões. A mais utilizada é a que leva em consideração a estrutura química e o mecanismo de ação, e isso nos interessará mais pra frente.

1. Agentes que inibem a síntese da parede celular de bactérias. Aqui podemos incluir as penicilinas (Benzetacil), cefalosporinas (cefalexina, Keflex, etc), a vancomicina (um antibiótico ruim mas extremamente útil) e os antifúngicos chamados azólicos muito utilizados como o fluconazol.

2. Agentes que agem diretamente na membrana celular do microorganismo. (Você pode estar achando que membrana e parede são a mesma coisa, né? Mas, não são. A figura abaixo [clique para aumentar], mostra diferenças entre as bactérias Gram positivas e Gram negativas, uma classificação de microorganismos muito utilizada na clínica. Ela se baseia na coloração que as bactérias assumem com determinado corante [Gram]. Isso ocorre porque as bactérias têm uma composição da parede diferente como pode ser visto na figura. As gram positivas têm uma parede celular grossa e uma membrana celular. As gram negativas têm uma membrana celular dupla com uma parede celular fininha no meio, como um sanduíche.) Esses agentes possibilitam uma lesão osmótica no microorganismo. Como exemplo, temos  polimixina, nistatina.

3. Agentes que causam inibição da síntese proteica (ligação às subunidades ribossômicas 30S e 50S). Por exemplo, o velho cloranfenicol, clindamicina.

4. Agentes que modificam a síntese proteica (ligação à subunidade 30S). Exemplo: aminoglicosídeos (a famosa gentamicina).

5. Agentes que afetam o metabolismos dos ácidos nucleicos. Rifampicinas e as quinolonas (exemplo, o Cipro e a norfloxacina).

6. Antimetabólitos que bloqueiam enzimas essenciais do metabolismo do folato, por exemplo, o Bactrin.

7. São os agentes antivirais. Não vou falar deles neste post. 

Perdemos bastante tempo para mostrar que os antibióticos agem de maneiras muito diferentes. As bactérias espertamente, desenvolvem vários mecanismos para combater essas ameaças. São, também, mecanismos bastante específicos e há muita gente estudando isso pelo seríssimo problema que bactérias multirresistentes têm causado.

Recentemente houve uma enxurrada notícias, um pouco alarmantes até, sobre uma superbactéria "chamada" KPC. Em primeiro lugar KPC não é uma bactéria. É uma sigla que deu nome a uma enzima inativadora de antibióticos: Klebsiella pneumoniae carbapenemase. Médico não é muito bom para dar nome, mas esse saiu porque a tal enzima foi encontrada nessa bactéria (a klebsiella) e acabou ficando. O quadro abaixo mostra as enzimas inativadoras de um tipo de antibiótico chamado beta-lactâmico. A última coluna mostra as bactérias onde podem ser encontradas. Os beta-lactâmicos incluem todas as penicilinas, sintéticas e semi-sintéticas bem como os carbapenêmicos. Estes últimos, têm sido considerados antimicrobianos de última linha, pois têm espectro bastante amplo e são reservadas para casos graves e/ou que necessitam de intervenções rápidas.


Como podemos notar, a KPC (ver a seta vermelha) é um tipo de carbapenemase que inativa TODOS os beta-lactâmicos, o que é bem preocupante. Mas, ela não está sozinha. Temos a GES, a SME, as carbapenemases classe D (OXA-48, -23, -24, -58) e as Metaloproteinases (classe B). Estamos vivendo um surto de KPCs no HCFMUSP desde o início de 2010. Há possibilidades terapêuticas, mas são exíguas, de antibióticos mais tóxicos que os carbapenêmicos e de difícil administração em pacientes graves; ou seja, estamos longe de uma condição confortável, mas não estamos em PÂNICO. Temos lidado com resistências bacterianas desde a invenção descoberta dos antibióticos. Confesso que os tempos de hoje não estão fáceis. Medidas cada vez mais restritivas têm sido tomadas pelas comissões de infecção hospitalar no sentido de controlar os surtos. 

É muito importante dizer que as bactérias portadoras dessas enzimas não são "mais fortes" que as bactérias sensíveis a antibióticos comuns. Muito pelo contrário! Bactérias "da rua", em geral, são mais agressivas e suplantam suas amigas hospitalares. As bactérias resistentes aos antibióticos só conseguem viver no meio hospitalar, onde os antibióticos são utilizados e matam as bobinhas permitindo apenas às resistentes sobreviver. Por isso, nossa flora bacteriana normal é eficaz em nos proteger de infecções patogênicas, em especial, as multirresistentes.

Posto isso, um cara, talvez pegando carona na paranóia generalizada da mídia, resolveu escrever que alguns sabonetes têm antibiótico e que por isso, poderiam induzir resistência bacteriana. Ops, wrong way! Eu não conheço NENHUM sabonete com antibiótico. Os sabonetes contém antissépticos. Antissépticos são substâncias que geralmente não podem ser administradas aos seres humanos por serem extremamente tóxicas. Por isso, também são excelentes em matar qualquer ser vivo, bactérias incluso. São, por essa razão, chamados mais modernamente debiocidas. Os biocidas tornam o meio em que a bactéria vive inapropriado para sua reprodução e diminuem drasticamente o número de bactérias. Há alguns anos atrás, uma polêmica envolveu os biocidas: será que eles não poderiam também causar resistência bacteriana? Quem mais publicou isso foi um autor chamado Russell (ver abaixo). No artigo citado, ele escreve que uma cultura pode ser considerada resistente a um biocida quando não é inativada pela concentração em uso da substância ou pela concentração que normalmente inativa outras cepas. O conceito de "resistência bacteriana" não pode ser aplicado aos biocidas por isso, usa-se o termo "insuscetibilidade" ou "tolerância", o primeiro sendo preferível. A figura ao lado mostra aspectos envolvidos na ação dos biocidas.

É possível "treinar" bactérias a serem insuscetíveis a biocidas cultivando-as em meios com pequenas concentrações de droga que podem ser aumentadas progressivamente. Em 2002, Levy (J Antimicrob Chemother 2002;49: 25-30) levantou a possibilidade de que o uso indiscriminado dos biocidas pudesse induzir insuscetibilidade e também resistência bacteriana, o que foi parece ter sido uma das teses do texto sobre os "sabonetes antibióticos". Não há evidência de que isso possa ocorrer. Russell conclui seu artigo com essa frase: "Resistant bacteria were not seen in greater numbers in areas where biocides had been employed than in areas where they had not been used. When used correctly, biocides have had and will continue to have an important role in controlling infectious diseases." (grifos meus).

Conclusões

1. KPC não é bactéria. É uma enzima que inativa potentes antibióticos. Estamos vivendo um surto de bactérias com essa enzima e isso não é bom. Ela não é a única enzima e outras notícias ruins poderão vir. Medidas severas estão sendo tomadas por orgãos competentes.
2. Eu não conheço sabonete com antibiótico. Se alguém descobrir algum, me avise que eu vou denunciar na ANVISA. Os sabonetes e liquidos desinfetantes têm antissépticos (biocidas).
3. Resistência aos biocidas é chamada de insuscetibilidade. Não há, até o momento, descrição de fenômenos de resistência bacteriana induzida por biocidas.

Bibliografia

1. Chambers, HF. Antimicrobial Agents. Goodman & Gilman's - The Pharmacological Basis of Therapeutics. 5th ed. pag 1143.

2. Pfeifer, Y., Cullik, A., & Witte, W. (2010). Resistance to cephalosporins and carbapenems in Gram-negative bacterial pathogens International Journal of Medical Microbiology, 300 (6), 371-379 DOI: 10.1016/j.ijmm.2010.04.005

 
3.Russell AD (2003). Biocide use and antibiotic resistance: the relevance of laboratory findings to clinical and environmental situations. The Lancet infectious diseases, 3 (12), 794-803 PMID: 14652205

Atualização

Ver também excelente post do Takata no Gene Reporter.


Créditos.:  http://scienceblogs.com.br/eccemedicus/