Páginas

24 de fevereiro de 2011

Bahia inicia uso de inseto transgênico contra dengue

Cerca de 10 mil mosquitos foram soltos; "missão" é fecundar fêmea normal. Filhotes que resultam do cruzamento morrem antes de chegar à fase adulta, o que reduziria a população do animal 



Em busca de um novo método para a erradicação do mosquito Aedes aegypti, pesquisadores estão soltando uma versão transgênica do inseto em bairros de Juazeiro (BA). O bicho geneticamente modificado gera filhotes que não chegam à fase adulta.

A iniciativa, coordenada pela bióloga Margareth Capurro, pesquisadora da USP, foi aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).

Os cientistas misturam material genético de drosófilas, conhecidas popularmente como moscas-das-frutas, ao do A. aegypti.

A transformação faz com que seus filhotes produzam uma proteína que causa sua morte ainda no estágio larval ou de pupa (a fase de casulo).

Em laboratório, os embriões são produzidos pela Biofábrica Moscamed, em Juazeiro (BA), e identificados com um marcador fluorescente. Por diferença de tamanho em relação às fêmeas, os machos -que alimentam-se de néctar e sucos vegetais- são isolados antes da fase adulta, quando serão liberados no ambiente.

Eles serão soltos em cinco bairros da cidade. Lá, concorrerão para procriarem com as fêmeas, o que, em longo prazo, deve reduzir a população local dos insetos.

A previsão é de liberação de 50 mil mosquitos por semana nesses locais, e a conclusão do estudo está prevista para 18 meses após o início do procedimento.

Os primeiros 10 mil mosquitos já foram soltos na última segunda-feira, no bairro de Itaberaba. Amanhã, serão liberados mais 8.000 no mesmo local.



RISCOS
A princípio, a liberação de espécimes do Aedes aegypti nessas regiões apresentaria dois riscos: aumento da incidência da dengue e desequilíbrio ambiental.

Ambos, diz Capurro, são praticamente nulos. "Os mosquitos machos não se alimentam de sangue, por isso não transmitem a doença, e sua única função é copular com as fêmeas", afirma.

Além disso, o A. aegypti não é nativo do Brasil e encontrou um ambiente ideal porque não possui predadores naturais por aqui.

"Os mosquitos transgênicos vivem por aproximadamente sete dias e não deixam descendentes. Para retirá-los da população de insetos do local, basta parar de abastecê-la com novos indivíduos."

Ela destaca as vantagens do procedimento. Apesar de mais caro, pode substituir inseticidas e larvicidas, reduzindo o lançamento de possíveis poluentes no ambiente.

"O que essas substâncias fazem é selecionar indivíduos resistentes, que não morrem com os produtos", aponta a bióloga.



Fonte.: Folha.com

18 de fevereiro de 2011

DNA de negros e pardos do Brasil é muito europeu

Estudo diz que cerca de 70% da herança genética nacional vem da Europa - Variação de região para região do país é baixa; cor da pele tem elo com poucos genes e, por isso, é parâmetro enganoso 

No Brasil, faz cada vez menos sentido considerar que brancos têm origem europeia e negros são "africanos". Segundo um novo estudo, mesmo quem se diz "preto" ou "pardo" nos censos nacionais traz forte contribuição da Europa em seu DNA.

O trabalho, coordenado por Sérgio Danilo Pena, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), indica ainda que, apesar das diferenças regionais, a ancestralidade dos brasileiros acaba sendo relativamente uniforme.

"A grande mensagem do trabalho é que [geneticamente] o Brasil é bem mais homogêneo do que se esperava", disse Pena à Folha.

De Belém (PA) a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior, em média, a 60%, nem ultrapassa os 80%. Há doses mais ou menos generosas de sangue africano, enquanto a menor contribuição é a indígena, só ultrapassando os 10% na região Norte do Brasil.

QUASE MIL

Além de moradores das capitais paraense e gaúcha, foram estudadas também populações de Ilhéus (BA) e Fortaleza (compondo a amostra nordestina), Rio de Janeiro (correspondendo ao Sudeste) e Joinville (segunda amostra da região Sul).

Ao todo, foram 934 pessoas. A comparação completa entre brancos, pardos e pretos (categorias de autoidentificação consagradas nos censos do IBGE) só não foi possível no Ceará, onde não havia pretos na amostra, e em Santa Catarina, onde só havia pretos, frequentadores de um centro comunitário ligado ao movimento negro.

Para analisar o genoma, os geneticistas se valeram de um conjunto de 40 variantes de DNA, os chamados indels (sigla de "inserção e deleção"). São exatamente o que o nome sugere: pequenos trechos de "letras" químicas do genoma que às vezes sobram ou faltam no DNA.

Cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população -alguns são típicos da África, outros da Europa. Dependendo da combinação deles no genoma de um indivíduo, é possível estimar a proporção de seus ancestrais que vieram de cada continente.

Do ponto de vista histórico, o trabalho deixa claro que a chamada política do branqueamento -defendida por estadistas e intelectuais nos séculos 19 e 20, com forte conteúdo racista- acabou dando certo, diz Pena.

Segundo os pesquisadores, a combinação entre imigração europeia desde o século 16 e casamento de homens brancos com mulheres índias e negras gerou uma população na qual a aparência física tem pouco a ver com os ancestrais da pessoa.

Isso porque os genes da cor da pele e dos cabelos, por exemplo, são muito poucos, parte desprezível da herança genética, embora seu efeito seja muito visível. O trabalho está na revista "PLoS One".

11 de fevereiro de 2011

DNA individual tem mais dados que todos os HDs

Em 1986, existiam 500 megabytes per capita no mundo; hoje, o número passa de 44 mil, diz estudo na "Science" A quantidade de informação pelo mundo explodiu em 20 anos.

A morte do vinil e o surgimento dos HDs pessoais multiplicaram a quantidade de informação gravada no mundo, mas tudo que já foi produzido pela humanidade ainda apanha feio de uma única célula humana.
Bem feio: há cerca de cem vezes mais informação codificada no DNA humano do que em todos os livros, CDs, computadores, negativos de fotos e todo tipo de lugar onde se armazenam dados, digitais ou analógicos.
Isso não significa que não exista muita coisa arquivada por aí. Em números absolutos, podíamos armazenar, em 2007, ano analisado agora pelos cientistas, 295 exabytes. Isso equivale a cerca de 295 bilhões de gigabytes (um HD doméstico tem uns 300 gigabytes).
É o suficiente para encher 404 bilhões de CDs comuns que, empilhados, cobririam um pouco mais do que a distância da Terra à Lua.
Os números são de uma pesquisa americana, publicada na revista "Science", que analisou os dados produzidos e armazenados pela humanidade entre 1986 e 2007. Ela mostra que os meios analógicos dominaram a lista até 2002, quando foram superados pelos digitais. Em 2007, essa já era a forma de armazenamento de 97% da informação.
Os dados guardados em papel, que, em 1986 já representavam apenas 0,33% do total, em 2007 passaram a representar 0,007% -qualquer vídeo de dez minutos no YouTube tem mais informação ("é mais pesado", como se diz na internet) do que uma enciclopédia inteira.
"É o primeiro trabalho a quantificar como os seres humanos lidam com a informação", diz Martin Hilbert, da Universidade da Carolina do Sul, que liderou o estudo.

EVOLUÇÃO

Em 1986, a quantidade de informação por pessoa poderia ser guardada em um CD-ROM de 730 MB, e ainda sobraria espaço. Em 1993, o número aumentou para 4 desses CDs. No ano 2000, eram 12 por pessoa.
A mudança mais perceptível foi em 2007, quando eram 61 desses discos por pessoa.
Os pesquisadores chegaram a esses números utilizando informações de várias origens. No que se refere aos dados armazenados digitalmente, usaram as informações industriais relativas à produção global histórica de dispositivos de memória.
Dados analógicos foram obtidos a partir de relatórios sobre a quantidade de livros, revistas e jornais existentes no mundo, utilizando pesquisas anteriores sobre o tema como referência.
Neste ritmo, a quantidade de informação armazenada pela humanidade só ultrapassará a que está "gravada" no DNA humano por volta do ano de 2039.
Os cientistas ainda debatem se toda a informação contida no DNA humano é fundamental para construir e manter o organismo. Pesquisadores propuseram o conceito de "DNA lixo", resquícios no genoma que não serviriam para nada, mas ele tem sido bastante atacado.

"ZIPADO"

Para uniformizar a medição, os cientistas fizeram algo parecido com os softwares de compactação de arquivos -como os do tipo ZIP: diminuíram o tamanho dos arquivos retirando os trechos redundantes das mensagens.
Devido à grande quantidade de fontes, os pesquisadores não se preocuparam se as informações eram inéditas ou repetidas. O que foi considerado mais relevante era o tempo de armazenamento e e a finalidade com que os dados foram gravados.
Por isso, uma centena de cópias da ata de uma reunião distribuídas no evento não seriam consideradas, por exemplo. Sua finalidade não era armazenar a informação, apenas apresentá-la de forma passageira.

TELECOMUNICAÇÕES

O estudo também avaliou os dados transmitidos nas telecomunicações.
Telefones celulares são a forma mais difundida de comunicação, com 3,4 bilhões de dispositivos em 2007. As linha de telefone fixo são 1,2 bilhão, e há 600 milhões de assinaturas de internet.
Mas, por incrível que pareça, a principal finalidade do celular não são chamadas telefônicas. Segundo a pesquisa, o tráfego de dados nos aparelhos supera o de voz.

Créditos: Folha Online

8 de fevereiro de 2011

Estudo liga suplementação à infertilidade

Uma pesquisa do Weizmann Institute of Science (Israel) relaciona a ingestão de antioxidantes a problemas de fertilidade em mulheres. A informação foi publicada no site "Science Daily".

Segundo uma das autoras do trabalho, a pesquisadora Nava Dekel, pouco se sabe sobre os efeitos colaterais dos antioxidantes. Na maioria das vezes, são ignorados.

Um desses efeitos teria relação com menor produção de óvulos. Testes em camundongos fêmeas comprovaram a hipótese.

Para os pesquisadores, isso aconteceria porque o processo de ovulação tem mecanismos parecidos com os da inflamação.

Os antioxidantes, que ajudam a combater a inflamação em outras partes do corpo, poderiam, portanto, interferir no processo de ovulação normal.

"Nunca ouvi nada a respeito, mas faz sentido, porque realmente as substâncias antioxidantes influenciam no processo inflamatório. Uma inflamação produz radicais livres", diz Ana Lúcia dos Anjos Ferreira, médica e pesquisadora da Unesp.

O grupo de Dekel já pensa em usar os resultados dos estudos em mulheres que têm problemas para engravidar. Os pesquisadores também consideram a hipótese de os antioxidantes servirem até como anticoncepcionais.

Fonte.: Folha Online

O mito antioxidante

Apesar de tantas pesquisas ligando certos alimentos ricos nessas substâncias à prevenção de doenças e do envelhecimento precoce , não há provas 

Antioxidantes não curam nem retardam o envelhecimento. A afirmação pode parecer óbvia, mas desmente dezenas de pesquisas que relacionam frutas, vegetais ou suplementos de vitaminas com a prevenção do câncer e de doenças degenerativas. 
Antioxidantes são substâncias que ajudam no equilíbrio do organismo. São produzidas pelo próprio corpo ou podem ser encontradas em alguns alimentos.

A função dos antioxidantes é neutralizar a ação de radicais livres -moléculas capazes de oxidar e mudar a estrutura de outras partículas. A oxidação é ligada ao aparecimento de algumas doenças e ao envelhecimento.
Acontece que, apesar de ser comprovado que a falta de antioxidantes faz mal, não há provas de que uma dieta rica em determinadas substâncias diminui o risco de alguns problemas de saúde.

"Sabemos que uma dieta rica em antioxidantes faz com que o organismo fique equilibrado, mas não podemos dizer que esse equilíbrio ajuda a prevenir um câncer", diz Wilmar Jorge Accursio, presidente da Sobrae (Sociedade Brasileira para Estudo do Envelhecimento).

Além de não comprovarem a relação direta entre antioxidantes e prevenção de doenças, as pesquisas publicadas até agora não especificam quais seriam as quantidades ideais desses nutrientes para que pudessem agir como remédio.

"Fica difícil pensar em uma dieta ideal ou, pior, em suplementação. É tudo chute, ninguém sabe quanto de vitamina E faz bem, por exemplo", afirma Ana Lúcia dos Anjos Ferreira, médica e pesquisadora da Unesp (Universidade Estadual Paulista/Botucatu), especializada em estresse oxidativo.

Se o corpo está em equilíbrio, o excesso de antioxidantes pode trazer o efeito contrário. Está comprovado que a ingestão de vitaminas além das quantidades indicadas pode aumentar o risco de determinadas doenças.
"Há uma grande pesquisa que estudou a suplementação com vitamina E e encontrou uma forte relação com o aumento no risco de infarto. O consumo dessa vitamina não pode passar de 400 mg por dia. E muitos médicos receitam mais do que isso."

Segundo Elis Cristina Eleuthério, pesquisadora do departamento de bioquímica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, já se sabe também que a suplementação excessiva de zinco pode inibir a absorção de outros nutrientes essenciais.

"O excesso de vitamina C tem um efeito pró-oxidante, em vez de antioxidante. Isso acontece porque, ao aumentarmos determinados mecanismos de defesa, podemos sobrecarregar outros."
Segundo Ferreira, mais de 200 mg por dia de vitamina C já trazem efeitos negativos.

ESTRESSE

"Se tivéssemos zero de radicais livres, morreríamos", diz Accursio, da Sobrae, que é endocrinologista e nutrólogo. Para ele, é essencial que o corpo tenha o que ele chama de estresse mínimo, quer dizer, o resultado da produção natural de radicais livres.

Para Ferreira, os radicais livres foram considerados os vilões injustamente.
"Eles são essenciais para a defesa celular, para a respiração celular e têm efeitos benéficos na estrutura dos vasos sanguíneos."  Quando há alguma inflamação, o número de radicais livres aumenta, mas, logo em seguida, o organismo já cuida de os neutralizar.

Esse equilíbrio, segundo o médico nutrólogo Celso Cukier, do Hospital São Luiz, é possível só com uma dieta balanceada -sem suplementação de vitaminas. "Suplementos são para repor deficiências, devem ser usados em casos específicos", diz. 
"A melhor receita antirradicais ainda é manter o peso e comer de tudo."

Fonte.: Folha Online

5 de fevereiro de 2011

ENERGIA LIMPA NA BAHIA

IMA libera licença para oito parques eólicos no interior

O Instituto do Meio Ambiente do Estado da Bahia (IMA) liberou, segunda-feira passada, as licenças ambientais de implantação de oito parques eólicos da Renova Energia. As licenças permitem a construção dos parques, que deverá ser iniciada ainda neste mês.

O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, reforçou a convicção de que 2011 será o ano da energia na Bahia. "A licença ambiental é um passo importante para a implantação dos parques eólicos, que vão gerar resultados econômicos surpreendentes. O que já temos aprovado de projetos com a energia gerada pelo vento corresponde ao que produz uma hidrelétrica do porte de Itaipu", disse Correia.

Além da licença, a empresa conseguiu a aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para o aumento de capacidade dos seus 14 parques, que passou de 270 MW para 293,6 MW. A alteração da potência instalada se deve à mudança dos equipamentos negociados com a GE, que resultou na substituição de aerogeradores modelo 1.5 XLE/SLE pelo modelo 1.6 XLE, além da aquisição de quatro turbinas adicionais, totalizando assim 184 "cata-ventos" para os 14 parques eólicos baianos da Renova.



Maior complexo – Juntos, os parques formarão o maior complexo eólico do país, com previsão de início da operação comercial em 1º de julho de 2012. Os contratos de compra e venda de energia foram celebrados com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) pelo prazo de 20 anos.
Os oito parques que tiveram a licença de implantação liberada foram contratados no leilão de energia de reserva de 2009.

Outros seis, que também foram contratados no mesmo leilão, estão com o processo de licença em andamento. Os investimentos previstos são da ordem de R$ 1,17 bilhão.

MUNICÍPIOS



Fonte.: Diário Oficial da Bahia - 04/02/11

4 de fevereiro de 2011

Sem Petrobras, Instituto Baleia Jubarte suspende pesquisa


O maior centro de conservação de baleias no Brasil, o Instituto Baleia Jubarte, demitiu metade de seus funcionários e suspendeu suas pesquisas. O motivo é a falta de repasse de verbas da Petrobras, principal patrocinadora de suas atividades.

Situação semelhante atravessam três outras organizações de pesquisa de animais marinhos: a Fundação Mamíferos Aquáticos, o Projeto Golfinho Rotador (ambos em Pernambuco) e o Projeto Tamar, na Bahia.

Todos eles aguardam desde setembro a renovação de convênios com a Petrobras, que diz estar analisando os resultados obtidos pelos projetos entre 2007 e 2010 "para definir a melhor forma de continuidade das parcerias".

Os projetos foram "adotados" pela estatal por lidarem, desde os anos 1980, com a conservação de chamadas "espécies-bandeira", animais grandes e carismáticos, com os quais o público se identifica facilmente.

Dos quatro projetos, apenas o Tamar (de conservação de tartarugas-marinhas) tem uma parcela significativa de renda própria. Todos os outros tiram 50% ou mais de sua receita da Petrobras.

A situação mais crítica é a do Baleia Jubarte. Cerca de 60% da receita da ONG vem do convênio. Com o fim do repasse, 18 funcionários (de 42) foram demitidos e o centro de visitantes, na Praia do Forte, será fechado no dia 20. Apenas dois cientistas permanecem no instituto, na base de Caravelas, sul da Bahia.

"Demiti de faxineira a coordenador de pesquisa", diz a diretora-presidente do instituto, Márcia Engel. Ela não quis dar detalhes sobre os prejuízos para o projeto.

O socorro a baleias encalhadas, como uma jubarte fêmea com filhote na praia de Itacimirim, norte da Bahia, também não poderá ser feito --o veterinário do instituto está cumprindo aviso prévio.

A FMA (Fundação Mamíferos Aquáticos), que tocava o Projeto Peixe-Boi Marinho em Itamaracá, Pernambuco, também demitiu funcionários devido ao atraso no repasse da Petrobras.

A fundação já vinha enfrentando problemas desde abril do ano passado, quando o ICMBio (Instituto Chico Mendes, do governo) rompeu uma parceria que tinha com ela --acusando a FMA de má gestão de recursos. Na época, 11 pessoas foram demitidas. Agora, mais sete.
A fundação depende da renovação do convênio para estender atividades de pesquisa do peixe-boi marinho aos litorais de Pará e Amapá.

Os coordenadores dos projetos Tamar e Golfinho Rotador não falaram à Folha até o fechamento desta edição.

A Petrobras afirmou que os quatro projetos compõem "um planejamento estratégico integrado", sujeito a revisão a cada três anos. A empresa disse estimular que os projetos possam se financiar sozinhos, "para garantir a continuidade dos benefícios gerados após o encerramento do contrato de patrocínio".

Créditos.: Folha.com / Ambiente

3 de fevereiro de 2011

Acaba estoque mundial de endereços de internet (IP) disponíveis

O Icann, organização responsável pela distribuição de endereços IPs na internet, anunciou nesta quinta-feira (3) que esgotou o estoque central de 4 bilhões de endereços de IPv4, padrão utilizado até o momento, disponíveis para órgãos regionais. O IP (Internet protocol) é o ‘número’ que permite aos usuários se conectarem à internet. 
O marco ocorreu nesta quinta quando os últimos dois blocos de endereços (com cerca de 33 milhões de endereços) foram alocados no órgão de registro da internet da Ásia e do Pacífico. Agora, há apenas endereços reservas disponíveis em cada um dos cinco RIR (sigla em inglês para Registro Regional da Internet), órgãos que administram os endereços IPs em cada região do mundo.
Em um primeiro momento, isso não vai afetar o usuário final, impossibilitando, por exemplo, novas conexões de internautas à rede. No Brasil, segundo o NIC.br, responsável pela distribuição de endereços no país, a previsão é que os estoques durem até 2012.
No entanto, tanto o órgão brasileiro como o Icann (sigla em inglês para "Corporação para Atribuição de Nomes e Números na Internet") recomendam que provedores de conteúdo e de acesso iniciem a transição para o IPv6 – padrão de endereçamento que permite 2 elevado a 128 possibilidades. Número altíssimo comparado aos 4 bilhões do padrão anterior (IPv4).
O que fazer?
Segundo Raúl Echeberría, da NRO (órgão que reúne as entidades regionais que distribuem os IPs),os primeiros passos para mudança deverão ser feitos por empresas e governos. “É necessário que os provedores de acesso façam com que a conexão dos usuários migre para o IPv6, e que governos e provedores de conteúdo tornem as informações disponíveis para esse tipo de endereçamento”, disse em coletiva de imprensa sobre o anúncio.
Em comunicado explicativo, o NRO ainda pede que empresas comecem a migrar sistemas (como os de e-mail ou aplicações web) para o IPv6 e que fabricantes de hardware mostrem a seus clientes as vantagens da tecnologia.
Histórico
A internet, inicialmente, não foi criada para ser uma rede aberta. Os principais fins da rede era ser utilizada em universidades ou por órgãos militares. Porém, com a popularização, cada vez mais usuários foram tendo acesso à internet e esgotando os cerca de 4 bilhões disponíveis.
Apesar de o fim da faixa de endereços já ter sido prevista anteriormente, a tendência é que com o anúncio do Icann, as empresas do ramo comecem um processo de atualização.

Fonte: Folha Online

2 de fevereiro de 2011

ONG constata que 30% das fontes de água do país têm qualidade ruim ou péssima

Pesquisa da ONG (organização não governamental) SOS Mata Atlântica mostra que as fontes de água no país estão cada vez mais poluídas e que, diante disso, a saúde da população corre risco. Ao analisar amostras de 43 corpos d'água, em 12 estados e no Distrito Federal, a ONG verificou que nenhuma foi considerada boa ou ótima. 

As análises foram feitas ao longo de 2010. Com base em parâmetros definidos pelo Ministério do Meio Ambiente, o estudo revela que em 70% das coletas feitas em rios, córregos, lagos e outros corpos hídricos, a qualidade da água foi considerada regular. Em 25%, a qualidade era ruim e em 5%, péssima.
Em visitas a pontos de educação ambiental da ONG, foi avaliada a qualidade da água para consumo e concluiu-se que as águas precisam de tratamento para qualquer uso, seja para o consumo ou para indústria. Nos locais visitados, também foi constado que o principal agente de poluição é o esgoto doméstico.
Indicadores da falta de saneamento básico, como a presença de coliformes, larvas e vermes, lixo e baixa quantidade de oxigênio na água, além de dez propriedades físico-químicas, foram testadas pela ONG. Das 43 coletas analisadas, o pior resultado foi a do rio Verruga, em Vitória da Conquista (BA), e a do lago da Quinta da Boa Vista, no Rio.
Em condição um pouco melhor, mas ainda considerada regular e, consequentemente imprópria para consumo, estavam as amostras coletadas no rio Doce, no município de Linhares (ES), e na lagoa de Maracajá, em Lagoa dos Gatos (PE).
"A poluição está muito mais vinculada à emissão de efluentes domésticos que industriais, ultimamente", disse o geógrafo do projeto, Vinicius Madazio. "É um problema porque 60% dos brasileiros vivem na [região de] Mata Atlântica", completou, reivindicando que as políticas públicas de saneamento básico sejam prioridade do governo e da sociedade.
A qualidade da água é um das preocupações da ONU (Organização das Nações Unidas), que declarou o período entre 2005 e 2015 a década internacional Água para Vida. Em 2006, a instituição estimou que 1,6 milhão de pessoas, principalmente crianças menores de cinco anos, morram anualmente por causa de doenças transmitidas pela água.
Procurados, o Ministério do Meio Ambiente e a ANA (Agência Nacional de Águas) não comentaram a pesquisa. 

Veja mais...

Fonte.: Folha.com