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29 de agosto de 2011

Heliconius numata: As armas biológicas de uma borboleta


A bela borboleta marrom brasileira conhecida como helicônia (Heliconius numata) há muito tempo confunde os geneticistas. Ela tem sete desenhos diferentes de asas, cada um dos quais imita o de uma espécie local diferente de Melineae, outro grupo de borboletas.

Para ajudar a aperfeiçoar sua imitação dos sete modelos de Melineae, as borboletas de alguma forma fecharam o que deveria ser uma série contínua de variação natural em sete desenhos específicos.A guerra biológica é a força que propulsiona esse mimetismo. 


As lagartas de Melineae comem plantas principalmente da mortífera família das solanáceas, e absorvem em seus tecidos os venenos alcaloides pirrolizidina. Os pássaros rapidamente aprendem que as borboletas Melineae constituem uma refeição indigesta.

A Heliconius numata também é altamente tóxica porque suas lagartas armazenam glicosídeos cianogênicos das plantas de que se alimentam, que pertencem à família do maracujá. Esses dois tóxicos colaboram para produzir o mesmo conjunto de sinais de advertência porque menos borboletas precisam ser gastas para ensinar às aves a lição necessária.Mas como as borboletas helicônias conseguem ter sete formas diferentes em uma população?

Uma equipe de biólogos franceses e britânicos liderada por Mathieu Joron, do Museu Nacional de História Natural de Paris, descobriu o segredo da borboleta. Ela reúne em um supergene um grupo de 18 genes envolvidos na especificação do desenho das asas. 

O supergene é herdado como uma unidade, relatam os biólogos na edição atual da revista Nature. As diferentes versões do supergene coexistem segundo uma hierarquia de dominação.Os pesquisadores identificaram três versões do supergene, em todas as quais um certo segmento do DNA está presente em ordem inversa da sequência habitual.

Provavelmente é assim que o supergene escapa do processo habitual de embaralhamento, que depende do alinhamento dos filamentos de DNA com base na semelhança de suas sequências de DNA. Se um filamento contém um grande pedaço de DNA em ordem invertida, o alinhamento será impedido.Como tanto a helicônia como as sete espécies de Melineae são venenosas, não está claro por que a helicônia deve ser a imitadora e a Melineae, o modelo. 

A Melineae tende a ser mais tóxica e também mais comum, disse o doutor Joron, portanto se ela é o parceiro mais forte por esses motivos caberia à helicônia fazer a imitação.Outro enigma evolucionário envolve o uso dos sete desenhos de asas. Se o ciclo de mimetismo Heliconius-

Melineae convergisse em um único desenho, isso não enviaria o sinal mais potente possível? As aves teriam de lembrar de um só desenho como sinal de veneno.Um dos motivos pode ser que cada um dos desenhos é tão eficaz que não há muita pressão seletiva por um sinal mais forte, disse o doutor Joron.Outro é que a área de alcance das borboletas pode ser dividida em micro-habitats diferentes. 

Alguns desenhos de asas podem ser mais eficazes para certos predadores.O doutor Joron afirmou que houve algumas sugestões teóricas de que um mecanismo de supergene estivesse envolvido no mimetismo da helicônia.Quando diferentes ordens de genes realmente surgiram do sequenciamento do DNA da borboleta, "foi quase bom demais para ser verdade", disse.

Créditos: folha online

27 de agosto de 2011

Roedores portadores do protozoário toxoplasma gondii perdem o medo de gatos



O protozoário toxoplasma gondii altera os instintos de seus hospedeiros --no caso, os ratos-- em benefício próprio, segundo um estudo recente.

Pesquisas realizadas nos últimos dez anos mostram que os roedores portadores do protozoário perdem o medo de gatos e se aventuram a explorar o ambiente, a ponto de se aproximarem da urina de um felino --o que tradicionalmente não ocorre por ela ser um indicativo de perigo eminente.

Esse comportamento é ruim para os ratos, mas ótimo para o parasita: o toxoplasma se reproduz sexualmente apenas dentro do corpo dos gatos.

Assim, o parasita infecta o rato, e o gato come o rato, abrindo possibilidade para o parasita se reproduzir.

O toxoplasma também pode infectar outros animais, incluindo os humanos, nos quais causa a toxoplasmose --por isso a advertência para se evitar o contato com fezes de gatos.

MANIPULADOR
A forma como que o parasita muda o comportamento de um rato é explicada por cientistas da Universidade de Stanford (EUA).

A infecção pelo toxoplasma ativa a região do cérebro do rato responsável pela atração sexual, e o cheiro da urina do gato age sobre este conjunto de neurônios como se o rato estivesse na presença de uma fêmea sexualmente receptiva.

Os neurônios que desencadeiam a reação normal de medo imobilizante de gatos continuam ativos, porém, a mensagem é encoberta por sinais de atração sexual demasiadamente ativos, suspeitam os pesquisadores.

O coautor do artigo publicado na revista "PLoS One", o neurologista Robert Sapolsky, e seus colegas examinaram o cérebro em atividade de 36 ratos, infectados e não infectados pelo parasita, expondo-os ao odor de um gato ou ao odor de uma fêmea de rato no cio.

Eles se concentraram em estudar dois circuitos neuronais --o do medo e o da atração sexual. Essas duas atividades ocorrem essencialmente lado a lado, em uma região profunda denominada amídala, relacionada às emoções e a diversos comportamentos.

A fim de detectar o nível de atividade cerebral, o grupo mediu a atividade de uma proteína que aparece apenas quando os neurônios estão ativos.

A infecção pelo toxoplasma pode não ser a causadora direta do dano no cérebro, lembra Patrick House, estudante de graduação do laboratório Sapolsky, que conduziu a maior parte da pesquisa.

"O parasita pode provocar uma inflamação ou algum tipo de reação que, por sua vez, afeta o cérebro", explica. "É quase certo que as infecções por toxoplasma em humanos não afetariam o comportamento da mesma forma que acontece com ratos", diz House.

No mundo, cerca de 2 milhões de pessoas são infectadas pelo protozoário, sendo a ingestão de carne um dos meios de transmissão.

Os sintomas iniciais são uma gripe leve e, depois dessa fase, o parasita forma cistos que se alojam no cérebro.

Eles permanecem no local por décadas e acredita-se que exerçam pouco ou nenhum efeito em adultos, com exceção de pessoas com o sistema imunológico comprometido.

créditos: folha de São Paulo

rio de 6.000 km correndo embaixo da bacia do Amazonas

clique na imagem e confira o infográfico

Uma aluna de doutorado do ON (Observatório Nacional) encontrou um rio de 6.000 km correndo embaixo da bacia do Amazonas.

A geofísica Elizabeth Tavares Pimentel achou indícios do rio ao analisar dados térmicos de 241 poços perfurados pela Petrobras de 1970 a 1980, quando a empresa procurava petróleo na região.

O objetivo da pesquisa dela, orientada pelo coordenador de geofísica do ON, Valiya Hamza, foi identificar sinais de fluidos em meios porosos.

Os resultados mostraram águas subterrâneas correndo entre sedimentos em profundidades de até 4.000 metros.

A velocidade das águas, de dez a cem metros por ano, é lenta se comparada à do rio Amazonas, que corre de 0,1 a 2 metros por segundo.

"Mas o ritmo se assemelha, por exemplo, ao rio do Sono, no Tocantins, que corre a céu aberto", destacou Hamza.

O rio encontrado, que levou o nome do geofísico, tem cerca de 400 km de largura, ou seja, quatro vezes mais que o Amazonas "Ele é largo porque ocupa praticamente toda a área da bacia sedimentar amazônica", diz o especialista.

A vazão (volume de água) do Hamza é significativa. São de 3.095 m³/segundo --mais que a do São Francisco.

Ambos os rios, Amazonas e Hamza, correm na mesma direção (de oeste para leste).

A diferença é que o fluxo do rio subterrâneo começa na vertical, de cima para baixo, em 2.000 metros de profundidade. Depois, fica quase horizontal e mais profundo.

De acordo com o coordenador do trabalho, a água do rio Hamza vem dos Andes, pelo Acre, e vai ganhando volume no caminho de oeste a leste.

Depois de atravessar as várias bacias da região, o rio chega ao mar perto da foz do Amazonas --o que explicaria os bolsões de baixa salinidade do mar na região.

Os pesquisadores devem agora complementar o trabalho de campo em parceria com a Ufam (Universidade Federal do Amazonas), onde Pimentel dá aulas.


Créditos: Folha.com (folha de São Paulo)


24 de agosto de 2011

Campanha contra a exploração de petróleo na região de Abrolhos

:: divulgação::


Olá ciberativista,

A campanha contra a exploração de petróleo na região de Abrolhos segue em pauta nesta semana. Mais de 10 mil ciberativistas já assinaram a petição, que será entregue às empresas e ao governo. Se você ainda não participou, demonstre hoje mesmo seu apoio a esta causa e não deixe as petrolíferas atrapalharem o namoro das baleias.
E para aqueles que quiserem saber as novidades da campanha, eu estarei amanhã, 25/08, às 17h, em chat ao vivo com os internautas. Prepare suas perguntas e participe de nosso bate-papo.
Você também poderá enviar perguntas pelo Twitter, basta acrescentar a hashtag #PapoGreenpeace.
Assine a petição, divulgue para seus amigos e ajude a salvar Abrolhos. A baleia jubarte, o Coral Cérebro e mais de 1300 espécies agradecem. Obrigada, Leandra Gonçalves.
Obrigada,

Leandra Gonçalves
Coordenadora de campanhas
Greenpeace 

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16 de agosto de 2011

Teixeira de Freitas terá Campi das Universidade Federal do Sul da Bahia

A Bahia ganha, nesta terça-feira (16), mais duas Universidades Federais e nove Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFETs). O governador Jaques Wagner participa, às 11h, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), da cerimônia de anúncio, pela presidente Dilma Rousseff, da expansão da rede federal de educação superior e profissional e tecnológica. Além disso, a Universidade Federal da Bahia (UFBA) terá um campus de extensão em Camaçari e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), um campus de extensão em Feira de Santana.
Serão criadas as Universidades Federais do Sul da Bahia, com campi em Itabuna, Porto Seguro e Teixeira de Freitas; do Oeste da Bahia, com campi em Barra, Bom Jesus da Lapa, Barreiras e Luís Eduardo Magalhães; e IFETs em Xique-Xique, Serrinha, Itaberaba, Alagoinhas, Santo Antônio de Jesus, Brumado, Lauro de Freitas, Juazeiro e Euclides da Cunha.
Na última quinta-feira (11), o governador inaugurou um campus da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) na cidade de Senhor do Bomfim. Também foi confirmada, pelo governo federal, a criação da Universidade Federal de Integração Luso-afrobrasileira (Unilab) na Bahia.

 Com informações da SECOM

13 de agosto de 2011

Malária: Mosquitos estéreis viram arma

Machos impedem que fêmeas se acasalem com outros, o que deteria avanço da doença

Stephen Morrison/Efe
Mosquito anofelino que é o principal vetor da malária 




A fidelidade da fêmea de mosquito pode ser a chave para o controle da transmissão da malária, se associada com a produção de machos sem espermatozoides.


Um estudo publicado na revista científica "PNAS" mostrou que a técnica pode funcionar com o principal vetor da doença na África, o Anopheles gambiae.Apenas a fêmea dos mosquitos se alimenta de sangue. Durante a picada ela injeta na vítima a saliva com o parasita. 

Depois de inseminada pelo macho, a fêmea se torna "refratária" a fazer sexo. A equipe do Imperial College (Reino Unido) usou engenharia genética para esterilizar machos, os quais também conseguiram "fidelizar" as fêmeas da espécie.


Créditos: Folha de São Paulo (folha.com)

8 de agosto de 2011

Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil


Representantes do Movimento da Reforma Sanitária entregaram ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o documento Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil, no dia 05 de agosto, na tenda da Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. Criado com a proposta de ser uma construção coletiva em constante aprimoramento, o documento está aberto a contribuições.  Acesse www.saudeigualparatodos.org.br, confira a Agenda, divulgue e participe!

Até o momento a Agenda Estratégica para a Saúde no Brasil conta com o apoio das seguintes entidades: Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME), Associação Paulista de Saúde Pública (APSP), Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Associação Brasileira Rede Unida (Rede Unida), Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

Fonte.: ABRASCO