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24 de março de 2011

Dia Mundial de Luta contra a Tuberculose

Cientistas criam mapa mundial da vacinação contra tuberculose 




Uma equipe de pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá, lançou nesta semana um site com informações sobre a incidência de tuberculose e a vacinação contra a doença, com informações de mais de 180 países, incluindo o Brasil.

Hoje é comemorado o Dia Mundial da Tuberculose, doença que mata 1,7 milhão ao ano no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde.


A intenção do mapa da tuberculose é fornecer ferramentas para pesquisadores e formuladores de políticas públicas de saúde, de acordo com Madhukar Pai, autor do "BCG World Atlas" e da pesquisa que o fundamenta, publicada na revista "PLoS Medicine".


A vacina BCG foi introduzida na década de 20 e continua a ser a única usada para prevenir a tuberculose. Mesmo com tanto tempo no mercado, há quem questione sua eficácia.


Por isso, os programas de vacinação variam muito entre os países. O site tem registros das políticas atuais de imunização e das passadas.


Essas informações podem ser úteis para a interpretação de exames diagnósticos (alguns dão falso-positivo para pessoas que foram vacinadas) e para servir como apoio a pesquisadores que estejam desenvolvendo novas vacinas.O endereço do "BCG World Atlas" é www.bcgatlas.org.

Fonte.: folha.com

15 de março de 2011

Alerta Greenpeace: O perigo mora.... aqui

TUITAÇO PELA #ENERGIALIMPA
Olá, ciberativista
Não bastou o terremoto. Não bastou o tsunami. Veio o acidente nuclear para piorar a situação no Japão.  Nossas angústias permanecem com o povo japonês, que agora, além de ter que recompor o país, precisa lidar com uma crise causada pelos riscos inerentes ​​das usinas nucleares.
Há quase 40 anos, o Greenpeace alerta o mundo sobre os perigos da energia nuclear. Os inúmeros avisos, no entanto, não contribuem para minimizar a dor das pessoas que perderam suas famílias, amigos, casas, empregos. Por isso, antes de tudo, queremos mandar nosso mais profundo sentimento de solidariedade a todos os japoneses e seus familiares.
Olhando o desastre no Japão, fica claro que ao grau de devastação das forças da natureza junta-se agora à tragédia nuclear, fruto da imprevidência e da aposta num tipo de energia cuja essência é a destruição. Ela também está perto de nós, aqui no Brasil.
As usinas Angra I e II passam frequentemente por pequenos acidentes. Elas estão em terreno arenoso, próximas ao oceano e entre as duas maiores cidades do país. Qual é o plano do Brasil para evacuar as pessoas que moram em um raio de 20km dessas usinas, como fez o Japão?

Por que nossas usinas nucleares não são tão seguras como dizem as empreiteiras e o governo e por que investir nelas quando há outras formas de geração mais baratas, limpas e infinitamente menos ameaçadoras? 

Para esclarecer todos os riscos da energia nuclear e quais são os tipos de energia mais seguros para o Brasil, convidamos você a participar de um bate-papo online com Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energia do Greenpeace.

O chat acontece nesta quarta-feira, dia 16, das 16h às 17h, horário de Brasília,aqui.
Traga suas dúvidas, convide seus amigos, divulgue no twitter e no seu facebook. Ajude-nos a fazer do Brasil um lugar mais seguro e limpo.
Ricardo Baitelo

Abraços,
Ricardo Baitelo
Coordenador de campanha de energia
Greenpeace Brasil

11 de março de 2011

Licença ambiental cresce 570% na década

Ibama diz que precisa dobrar quadro de funcionários do setor para acompanhar ritmo de novas obras no paí.  Dos 1.675 pedidos de licença avaliados no ano passado, 463 foram aprovados; requisição malfeita é publicada


Obra da usina Santo Antônio no rio Madeira, em Porto Velho (RO)

A demanda por licenciamentos ambientais cresceu 570% no Brasil na última década. Os dados são do Ibama, que aponta a necessidade de dobrar o quadro de funcionários do setor -de 300 para 600 pessoas- para enfrentar a explosão nas obras.
Em 2000, o órgão ambiental tinha 251 processos de licenciamento para avaliar. Em 2010, eram 1.675. Desse total, 463 licenças foram concedidas. Neste ano, só no primeiro bimestre, foram 103.
O aumento do número de pedidos acompanha o crescimento econômico do país. Entre 2005 e 2006, primeiro ano do PAC, ele foi de 22%; entre 2003 e 2004, de 25%.
Os números foram apresentados no TCU (Tribunal de Contas da União) pela diretora de Licenciamento do Ibama, Gisela Damm, como resposta à queixa frequente do governo de que o licenciamento é moroso, especialmente o das obras do PAC.
É tanta a preocupação com o andamento das obras no Planalto que a presidente Dilma Rousseff exigiu a criação de um sistema on-line para que ela possa acompanhar pessoalmente o andamento das licenças do programa federal de obras.
O PAC, na realidade, responde por um número pequeno dos processos: apenas 20% dos pedidos de licenciamento feitos ao Ibama em 2010 são obras do programa.
Segundo Damm, o órgão alterou projetos de forma a diminuir o impacto ambiental de algumas obras -o que deveria ser considerado, diz ela, uma medida de eficácia.

LISTA NEGRA

O Ibama também passou, em janeiro, a devolver estudos de impacto malfeitos e publicar as devoluções no Diário Oficial.
A medida é uma forma de constranger publicamente as consultorias que fazem os estudos para os empreendedores. O Ibama acaba levando fama de moroso quando o problema, às vezes, está na qualidade dos estudos.
Até agora, já foram devolvidos estudos de impacto ambiental da hidrelétrica Pai Querê, no Rio Grande do Sul, de dois ramais ferroviários (um em São Paulo e outro em Rondonópolis, Mato Grosso) da América Latina Logística e de uma obra de canalização em Araranguá (SC).
"Vai se criando uma lista negra de consultorias que fazem estudos inadequados", afirma Damm.
"Os projetos são muito ruins, e o Ibama não tem nenhum jogo de cintura", diz o físico José Goldemberg, da USP, ex-secretário estadual do Meio Ambiente de São Paulo. Para ele, os órgãos públicos deveriam ser ativos no licenciamento, e não apenas órgãos "de sim ou não".

REFORÇO INTERNO

O novo presidente do Ibama, Curt Trennepohl, diz que o licenciamento está "sobrecarregado" e já trabalha para aumentar a estrutura da área. Sem poder abrir concurso devido aos cortes no orçamento, o órgão está fazendo uma "remoção interna" de funcionários, que serão deslocados para reforçar o licenciamento.
"Tem muita gente com mestrado e doutorado na área que está fazendo outras coisas", disse Damm.
O governo elabora, ainda, um pacote de decretos para facilitar os licenciamentos em áreas como petróleo, portos, linhas de transmissão de energia elétrica e hidrovias.
Numa segunda etapa, entrarão no pacote ferrovias e mineração. A primeira leva de decretos, que a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) tem chamado de "choque de gestão ambiental", deve ser editada nas próximas semanas.

Créditos:  Folha.com (jornal folha de São Paulo)

1 de março de 2011

Custo de mapeamento de espécies

‘B. pitanga’, espécie encontrada recentemente no Brasil 


Para descobrir animais ainda desconhecidos da Terra, seriam necessários R$ 430 bilhões, afirmam biólogos. Problema maior talvez não seja financiamento, mas falta de cientistas capacitados para a tarefa de descrição 

Descobrir e descrever formalmente todas as espécies de animais ainda desconhecidas custaria um pouco mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal: cerca de R$ 430 bilhões.

A conta, feita por uma dupla de biólogos da USP, está repleta de incertezas (a começar, claro, pelo fato de que ninguém sabe, afinal, quantas espécies ignotas ainda existem por aí). Mas é um dos primeiros cálculos detalhados a abordar o custo do desconhecimento humano sobre a biodiversidade.
"Claro que é uma estimativa. Queremos estimular a discussão, não tanto sobre o dinheiro, mas sim sobre a importância da taxonomia [área responsável por descrever espécies e estudar as relações entre elas]", diz Antonio Carlos Marques, do Departamento de Zoologia da USP.
Marques assina, junto com Fernando Carbayo, o artigo que descreve a conta na revista científica "Trends in Ecology and Evolution". Eles são especialistas na diversidade de espécies de cnidários (grupo das águas-vivas) e planárias (vermes achatados), respectivamente.



MILHÕES

A dupla partiu das estimativas mais recentes sobre o total de espécies de bichos planeta afora, que propõem algo como 2 milhões de criaturas já batizadas com nome científico e 5 milhões de animais desconhecidos.
"Existem vários jeitos de fazer essa estimativa", diz Marques. Um deles envolve isolar uma única árvore amazônica e fumigá-la com inseticida até que todos os bichos que a habitam desabem.
O especialista faz a contagem de corpos e vê quantos pertencem a espécies conhecidas. Quando se multiplica o que sobra pelo número de espécies de árvores, chega-se ao possível número total de animais desconhecidos.
"Outro caminho é olhar como avança a curva das descrições de espécies ao longo do tempo", explica Marques. "A curva é bastante heterogênea, mas a gente consegue usar ferramentas estatísticas para mostrar que a curva ainda está subindo, ou seja, o ritmo de descrições ainda está aumentando."
O passo final da conta foi estimar os custos a partir do que um taxonomista brasileiro típico gasta ao longo da carreira. Em média, esses biólogos descrevem 25 espécies durante sua vida científica, com orçamento per capita de R$ 165 mil por ano. A média nacional é representativa porque o Brasil é um dos países mais ativos na pesquisa taxonômica atual.
É nesse ponto da conversa que, para os pesquisadores, fica claro que o problema não é nem de longe só a falta de dinheiro. Com o número atual de taxonomistas, a tarefa de descrever todas as espécies de animais só seria concluída em 360 anos.



APRENDIZ DE FEITICEIRO

"A questão é que leva muito tempo para formar um bom taxonomista. É como aprendiz de bruxo: o mestre só consegue acompanhar um bruxinho por vez. Eu tenho 41 anos e ainda não me considero um taxonomista maduro", diz Marques.
O que ele responderia se um financiador aparecesse com o valor completo da noite para o dia? "Obrigado, não quero esse dinheiro", diz Marques. "A falta de gente preparada [para descrever as espécies que faltam] é o maior impedimento."
O biólogo reconhece que é difícil demonstrar a necessidade de descrever todas as espécies da Terra. "Mas, sem essa visão de conjunto, é como se a gente fizesse a leitura de um livro com um monte de páginas arrancadas."

Créditos: Folha online

O meio ambiente agradece: BH proíbe o uso de sacolas plásticas no comércio.

Entrou em vigor nesta terça-feira uma lei que proíbe o uso de sacolas plásticas no comércio de Belo Horizonte. A cidade é a primeira capital brasileira a abolir o acessório.

As empresas tiveram três anos para se adaptar, mas pediram à prefeitura mais 45 dias para fazer uma campanha educativa. Cerca de 157 milhões de sacolas são distribuídas todo mês na capital mineira, segundo entidades do setor.

As sacolas serão substituídas por embalagens biodegradáveis, feitas de amido de milho. Cada uma custará R$ 0,19 para o consumidor. De acordo com a Amis (Associação Mineira de Supermercados), esse é o preço de custo.

"Vamos repassar ao consumidor como forma de incentivar a utilização das sacolas retornáveis. Porque essa de amido vira adubo em seis meses, mas, antes disso, entope bueiro do mesmo jeito", afirma José Nogueira, presidente da entidade.

As sacolas retornáveis já estão à venda em todo o comércio. A mais barata, feita de tecido sintético, custa R$ 1,98. Os supermercados prometem oferecer caixas de papelão de graça aos clientes.

No primeiro dia de vigência da lei, a rotina dos consumidores não mudou. "Vou me adaptar quando tirarem as sacolas. Por enquanto, quero levar muitas para ter ainda sacos de lixo por um tempo", disse a agricultora Ofélia Amaral, 49, que fazia as compras do mês em um hipermercado da cidade.

"Claro que é importante [proibir as sacolas], mas, para o consumidor, é um transtorno. Eu gosto de comprar tudo de uma vez. Vou precisar comprar umas 30 sacolas dessas de pano. Mas fico feliz pela natureza", disse ela.

O bancário Alexandre Alencastro, 28, é contra a lei. "Imagina ter que carregar sacolas de pano em todo lugar que você vai ou pagar R$ 0,19 em cada sacola. O governo tem é que cuidar dos aterros e da limpeza das ruas em vez de passar a responsabilidade para o cidadão", disse.

24 de fevereiro de 2011

Bahia inicia uso de inseto transgênico contra dengue

Cerca de 10 mil mosquitos foram soltos; "missão" é fecundar fêmea normal. Filhotes que resultam do cruzamento morrem antes de chegar à fase adulta, o que reduziria a população do animal 



Em busca de um novo método para a erradicação do mosquito Aedes aegypti, pesquisadores estão soltando uma versão transgênica do inseto em bairros de Juazeiro (BA). O bicho geneticamente modificado gera filhotes que não chegam à fase adulta.

A iniciativa, coordenada pela bióloga Margareth Capurro, pesquisadora da USP, foi aprovada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança).

Os cientistas misturam material genético de drosófilas, conhecidas popularmente como moscas-das-frutas, ao do A. aegypti.

A transformação faz com que seus filhotes produzam uma proteína que causa sua morte ainda no estágio larval ou de pupa (a fase de casulo).

Em laboratório, os embriões são produzidos pela Biofábrica Moscamed, em Juazeiro (BA), e identificados com um marcador fluorescente. Por diferença de tamanho em relação às fêmeas, os machos -que alimentam-se de néctar e sucos vegetais- são isolados antes da fase adulta, quando serão liberados no ambiente.

Eles serão soltos em cinco bairros da cidade. Lá, concorrerão para procriarem com as fêmeas, o que, em longo prazo, deve reduzir a população local dos insetos.

A previsão é de liberação de 50 mil mosquitos por semana nesses locais, e a conclusão do estudo está prevista para 18 meses após o início do procedimento.

Os primeiros 10 mil mosquitos já foram soltos na última segunda-feira, no bairro de Itaberaba. Amanhã, serão liberados mais 8.000 no mesmo local.



RISCOS
A princípio, a liberação de espécimes do Aedes aegypti nessas regiões apresentaria dois riscos: aumento da incidência da dengue e desequilíbrio ambiental.

Ambos, diz Capurro, são praticamente nulos. "Os mosquitos machos não se alimentam de sangue, por isso não transmitem a doença, e sua única função é copular com as fêmeas", afirma.

Além disso, o A. aegypti não é nativo do Brasil e encontrou um ambiente ideal porque não possui predadores naturais por aqui.

"Os mosquitos transgênicos vivem por aproximadamente sete dias e não deixam descendentes. Para retirá-los da população de insetos do local, basta parar de abastecê-la com novos indivíduos."

Ela destaca as vantagens do procedimento. Apesar de mais caro, pode substituir inseticidas e larvicidas, reduzindo o lançamento de possíveis poluentes no ambiente.

"O que essas substâncias fazem é selecionar indivíduos resistentes, que não morrem com os produtos", aponta a bióloga.



Fonte.: Folha.com

18 de fevereiro de 2011

DNA de negros e pardos do Brasil é muito europeu

Estudo diz que cerca de 70% da herança genética nacional vem da Europa - Variação de região para região do país é baixa; cor da pele tem elo com poucos genes e, por isso, é parâmetro enganoso 

No Brasil, faz cada vez menos sentido considerar que brancos têm origem europeia e negros são "africanos". Segundo um novo estudo, mesmo quem se diz "preto" ou "pardo" nos censos nacionais traz forte contribuição da Europa em seu DNA.

O trabalho, coordenado por Sérgio Danilo Pena, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), indica ainda que, apesar das diferenças regionais, a ancestralidade dos brasileiros acaba sendo relativamente uniforme.

"A grande mensagem do trabalho é que [geneticamente] o Brasil é bem mais homogêneo do que se esperava", disse Pena à Folha.

De Belém (PA) a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior, em média, a 60%, nem ultrapassa os 80%. Há doses mais ou menos generosas de sangue africano, enquanto a menor contribuição é a indígena, só ultrapassando os 10% na região Norte do Brasil.

QUASE MIL

Além de moradores das capitais paraense e gaúcha, foram estudadas também populações de Ilhéus (BA) e Fortaleza (compondo a amostra nordestina), Rio de Janeiro (correspondendo ao Sudeste) e Joinville (segunda amostra da região Sul).

Ao todo, foram 934 pessoas. A comparação completa entre brancos, pardos e pretos (categorias de autoidentificação consagradas nos censos do IBGE) só não foi possível no Ceará, onde não havia pretos na amostra, e em Santa Catarina, onde só havia pretos, frequentadores de um centro comunitário ligado ao movimento negro.

Para analisar o genoma, os geneticistas se valeram de um conjunto de 40 variantes de DNA, os chamados indels (sigla de "inserção e deleção"). São exatamente o que o nome sugere: pequenos trechos de "letras" químicas do genoma que às vezes sobram ou faltam no DNA.

Cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população -alguns são típicos da África, outros da Europa. Dependendo da combinação deles no genoma de um indivíduo, é possível estimar a proporção de seus ancestrais que vieram de cada continente.

Do ponto de vista histórico, o trabalho deixa claro que a chamada política do branqueamento -defendida por estadistas e intelectuais nos séculos 19 e 20, com forte conteúdo racista- acabou dando certo, diz Pena.

Segundo os pesquisadores, a combinação entre imigração europeia desde o século 16 e casamento de homens brancos com mulheres índias e negras gerou uma população na qual a aparência física tem pouco a ver com os ancestrais da pessoa.

Isso porque os genes da cor da pele e dos cabelos, por exemplo, são muito poucos, parte desprezível da herança genética, embora seu efeito seja muito visível. O trabalho está na revista "PLoS One".